Ontem participamos do 2º dia do Tríduo em preparação para o dia de São Francisco, onde pudemos refletir sobre a relação entre paz e justiça.
A comentarista da noite acolheu a todos, lembrando que nos tempos de São Francisco, não havia homem que não andava armado. Após São Francisco criar a ordem franciscana, obrigou a todos a andarem com a expressão “paz e bem”.
Na presença de todos os confrades de nossa Paróquia, freis Djalmo, Florival, Leandro e Nazareno e também do Diácono Carlos, Frei Clarêncio presidiu a celebração, iniciando pedindo que o “Deus da paz esteja conosco”.
Afirmou que “todos nós nascemos com um lobo dentro de nós”. E que muitos cultivam esse lobo por toda a vida. “Todos nós nascemos egoístas”. E que com egoísmo, não conseguimos ter justiça.
Após a leitura do Evangelho feita pelo Frei Leandro, Frei Clarêncio começou relembrando o tema motivacional da noite “Promover a cultura de paz e justiça”, que permite várias reflexões.
Seguiu lembrando várias frases e pensamentos dos Papas de nossa igreja, acerca do tema.
Papa Pio XII – “A paz é obra da justiça”. No período em que foi Papa, durante a Segunda Grande Guerra, Pio XII se baseou nesse tema.
Seu sucessor, o Papa São João XXIII, na sua primeira encíclica escreve também sobre o mesmo tema. “A paz na terra baseada na verdade, na justiça e na liberdade”.
Santo Agostinho escrevia “é bom desejar a paz, mas se não se realiza a justiça, esse desejo se torna mentira”.Nosso tema cultura da paz, cultura da justiça, junto essas duas culturas. Porque separadas, nenhuma delas sobrevive.
O Papa seguinte, Paulo VI, introduziu o dia 1º de janeiro, como o Dia Mundial da Paz, e a partir de então todos os anos, os papas tem escrito mensagens compridas a todos os governos do mundo, particularmente aos governos cristãos, sobre a cultura da paz.
Paulo VI escrevia em 1968, “a Paz coincide com a causa da justiça”.
Um ano depois, dizia Paulo VI, que será canonizado nesse mês de outubro durante o Sínodo sobre a juventude, que “a paz é o vértice da civilização, do progresso, da ordem e da fraternidade”.
Um ano depois, Paulo VI dizia, “para o cristianismo, anunciar a paz é anunciar Jesus Cristo”.
Como faz coincidir Jesus com o tema da paz. “O Cristo é a nossa paz”.
São João Paulo II, em 1972, dizia “onde não há justiça, não pode haver paz”. Novamente a cultura da paz, a cultura da justiça juntas.
Um ano depois, João Paulo II repetia, “a paz não existirá nunca, sem a fome e a sede de justiça”. Novamente juntas essas duas qualidades divinas e humanas, ao mesmo tempo.
Em outras palavras o que Paulo VI havia dito, que “para o cristianismo, anunciar a paz é anunciar Jesus Cristo”, o Papa João Paulo II disse “trabalhar pela paz e pela justiça é parte integrante da vivência do Evangelho”. Portanto devemos ser um anunciador da paz e da justiça.
Bento XVI, disse em 2006, “a paz não é possível na terra, sem a salvaguarda dos bens das pessoas, sem a livre comunicação entre os seres humanos, sem o respeito da dignidade das pessoas, e sem a prática da fraternidade. A paz é fruto da justiça e consequência da caridade”. Se você é uma mulher de caridade, você será necessariamente uma mulher de paz. Se você quer ser uma mulher de paz é também uma praticante da justiça. Não dá para separar, “a paz não é um dom a ser conseguido”. “Não vai chover paz”. “Cristo não dá a paz”. “A paz não é um dom recebido, é uma obra a ser construída”, segundo o papa Bento VI.
“A paz para todos, nasce da justiça de cada um”, disse Papa Bento XVI, segundo frei Clarêncio.
“Ninguém pode se subtrair desse compromisso essencial de promover a justiça, segundo as próprias competências e segundo a responsabilidade de cada um na sociedade”. Em 1987, o Papa Bento escreveu “Convido os jovens que conservam vivos os ideais a procurar com paciência e tenacidade, a justiça e a paz, e a cultivar o gosto pelo que é justo, verdadeiro e pacífico, mesmo que isso exige sacrifícios e nadar contra a corrente”.
Escreveu o Papa Francisco em dezembro/2017, “Deus nos ajude a todos nós, a inspirar a não violência, nas profundezas dos nossos sentimentos e valores pessoais, seja a caridade e a não violência a guiar o modo como nós nos tratamos uns aos outros, nas relações interpessoais, internacionais. A violência nunca é remédio para nosso mundo dilacerado. Responder a violência com a violência, leva na melhor das hipóteses, à migrações forçadas e atrozes sofrimentos, como estamos vendo na Europa e na África”.
Seguiu Papa Francisco dizendo que “o próprio Jesus viveu tempos de violência, mas ensinou que o verdadeiro campo de batalha, é o próprio coração humano”. Do coração dos homens que saem todas as guerras e todas as violências. Não saem do quartel. Saem do coração humano. Jesus pregou incansavelmente o amor incondicional de Deus que acolhe, perdoa, ensina a amar e oferecer a outra face.
Frei Clarêncio lembrou as palavras do Papa Francisco, “reitero sem hesitação nenhuma. Nenhuma religião é terrorista. A violência é uma profanação do nome do Deus. Segundo Papa Francisco, jamais o nome de Deus pode justificar a violência. Só a paz é santa!
Frei Clarêncio reiterou a afirmação do início de sua homilia, onde diz que existe um lobo dentro de nós, e que precisamos amansá-lo.
Finalizou com Salmo 85, “quando o amor está presente, a justiça e a paz trocam beijos e se abraçam. Tomara que aconteça na nossa vida, nós pessoas de amor deixemos que a justiça e a paz se abracem e se beijem dentro de nossos corações. Porque é no coração humano, que está a fábrica da justiça e a fábrica da paz. Amém!!”
Terminamos a noite com uma encenação preparada pela equipe de Perseverança, onde “Franciscos” foram cumprimentar os presentes no Santuário.
Frei Djalmo finalizou, reforçando a importância de nos esforçar para promover a cultura da paz e da justiça. Também aproveitou para lembrar da programação que teremos na quarta e quinta-feira, inclusive com barracas de comidas típicas nesses dias.