1ºdia do Tríduo de São Francisco: “Construir a fraternidade”

Hoje celebramos em nossa Paróquia, o 1º dia do Tríduo em preparação para a Festa de São Francisco de Assis, com o tema motivacional “Construir a fraternidade”.

A celebração contou com a presença dos freis Clarêncio, Florival, Leandro, Nazareno e Djalmo, que presidiu a celebração.  Também contou com a presença dos Diáconos Permanentes Carlos e Campelo, Coroinhas, Acólitos e Ministros.

A comentarista da noite acolheu a todos, ressaltando que “somos uma família franciscana e a exemplo de São Francisco, somos chamados a construir fraternidade”.  Afirmou que São Francisco acreditou em um mundo de maneira diferente.  Capaz de expressar-se através das criaturas de forma plena.  Com Francisco aprendemos que, ser fraterno é ser solidário, ser irmão de todos, a ver o mundo com os olhos de Deus.

Frei Djalmo acolheu a todos, reafirmando que somos uma família franciscana e lembrou de que São Francisco, assim como Jesus Cristo, escolheu 12 apóstolos para segui-lo na pobreza e nas outras virtudes.

Após a leitura do Evangelho pelo Diácono Carlos, frei Djalmo seguiu com a homilia, onde disse que nos reunimos nessa noite como família franciscana, pois “bebemos de uma única fonte, como São Francisco, o Evangelho que acabamos de ouvir”.  Informou que ao longo das próximas noites, iremos rezar juntos para preparar nosso coração para a festa de São Francisco.  Lembrou que, ao escolherem o tema para as comemorações de São Francisco, se inspiraram no tema da Campanha da Fraternidade desse ano, “Vós sois todos irmãos”, que tinha como base três princípios: construir a fraternidade, promover a cultura da paz e da justiça e a superação da violência.

Ressaltou que “quando não vivemos a verdadeira fraternidade, quando não somos capazes de viver entre nós essa irmandade vivida por Deus, esse mundo criado por Deus, retratado no livro de Gênesis, dia a dia, até o 6º dia onde Deus criou o homem a sua imagem e semelhança”.  Nós recebemos de Deus o mundo, a criação para ser cuidada e para construirmos a fraternidade

Como construir fraternidade, que é um dom de Deus?  Mais do que um sonho, utopia ou desejo, é uma tarefa que precisa do nosso esforço, do nosso empenho.  Ninguém nasceu fraterno, afirmou frei Djalmo.  Mas aprendemos o que é fraternidade, na medida em que somos desafiados a conviver.  Aprendemos a conviver fraternalmente em nossas relações.

Se somos incapazes de conviver, somos incapazes de sermos fraternos.  Seja na comunidade, em família, etc.  Como exemplo, uma criança, se nós a privamos de convivência, a deixamos em casa, ela não irá conviver com outras pessoas, se tornará uma pessoa egoísta.  Ela aprenderá a ser fraterna, quando sair de casa e passar a conviver com outras crianças e professores, na creche, por exemplo.  Assim também é a nossa vida.  Se nós não pensarmos no outro, não aprendermos a conviver diante de Deus, nos tornaremos egoístas.

Frei Djalmo mencionou a leitura de hoje, onde Jó é convidado a construir fraternidade, diante das adversidades, diante das contrariedades.  Jó perde os bens materiais, a família e a saúde, mas persevera.  “Muitas vezes queremos largar tudo diante das provações e com braveza e com raiva, amaldiçoamos Deus.  Jó, diante de toda adversidade, permaneceu fiel”, lembrou Frei Djalmo.

“Jesus nos lembra que é preciso ter um coração humilde, que não existe maiores ou menores, mas todos devemos aprender a servir.  E como é difícil servir em fraternidade.  Muitas vezes queremos ser servidos.   Assim, na vida eclesial, viver dentro da igreja é sempre um desafio.  Nós convivemos com pessoas diferentes, que pensam e agem de forma diferente. Não devemos querer todos iguais, mas devemos ter a capacidade de valorizar e amenizar as diferenças de todos, para que a fraternidade possa acontecer”,  afirmou frei Djalmo.

Francisco de Assis, tem a fraternidade como algo muito concreto e real.  Não é algo fácil e romântico.  No nosso imaginário vem a cena do filme “Irmão sol e irmão lua”, que passa uma imagem romântica de São Francisco andando com Santa Clara pelos campos floridos, mas a nossa vida não é assim.  Não há romantismo no mundo fraterno.  É o que São Francisco sentiu no início de sua caminhada, à medida que a quantidade de irmãos aumentava, aumentavam também os problemas.  Somente convivendo com o irmão é que fortaleceu a fraternidade. Em seu testamento espiritual, São Francisco disse que depois que Deus deu-lhe irmãos, ninguém mais precisou dizer o que fazer, bastou viver segundo o Santo Evangelho.  “Deus nos deu irmãos, com valores, virtudes e muitas qualidades, mas também, com limitações e fragilidades”.  “Não existem cristão, não existe católico sozinho, separado, isolado”.  Deus escuta a prece que você faz sozinho, mas nos inspira a viver em fraternidade.

Não existe fraternidade franciscana com irmãos vivendo sozinhos.  A ideia que tenham no mínimo três frades, para viverem em fraternidade, convivendo com as limitações do outro, com suas diferenças. Não existem irmãos vivendo sozinhos.  Há de se fazer um esforço para viver em fraternidade, sorrir, comer, chorar, se compadecer um pelo outro.

Frei Djalmo finalizou a reflexão, lembrando que em novembro irão celebrar o Capítulo Provincial que terá como tema “Viver a fraternidade e a minoridade”.  “Minoridade franciscana, lugar de encontro e comunhão, que todos sejam chamados irmãos menores”.  Para preparação desse encontro, os freis fazem algumas orações, como essa que segue: “Senhor Deus altíssimo, ajudai-nos a ser irmãos e menores; onde houver sentimentos de superioridade (e aqui não só pensando como os freis, mas na vida da igreja), que cultivemos o amor e comunhão fraterna; onde houver julgamentos fáceis e superficiais dos irmãos, que cultivemos a misericórdia e o perdão; onde houver a tentação de subjugar os irmãos, que cultivemos o respeito e a compreensão fraterna; onde houver calúnias e fofocas, que cultivemos a caridade e a sabedoria; onde houver … e perturbação pelo pecado do irmão, que cultivemos a consciência das nossas misérias e fragilidades; onde houver a tentação do comércio de valores, que cultivemos a gratuidade e a generosidade; onde houver o risco do autoritarismo e do espírito de superioridade, que cultivemos o espírito de serviço e a opção pelos mais pobres; onde houver desprezo e desrespeito pela criação, que cultivemos o louvor, a admiração e o cuidado pela casa comum; fazei que sejamos testemunhas do nosso evangelho contemplando o mistério de vossa encarnação e de vossa cruz, que aprendamos o real sentido da fraternidade e da minoridade, que saibamos dialogar com o diferente, colocar em comum os nosso dons, estabelecer relações de humildade e confiança e valorizar os dons que podem suscitar nos outros nos nossos irmãos.  Assim construiremos um mundo mais justo, uma igreja mais evangélica e uma fraternidade mais profética e inspiradora.  Assim seja!”

E após a celebração seguir o roteiro normal, antes da benção final, fomos surpreendidos com uma encenação preparada pela Catequese e demais membros de nossa Comunidade, onde representaram um pouco da vida de São Francisco com os 12 apóstolos, criação da OFM e da OFS,  e toda a criação representada pela fauna e flora.

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