Pastoral: missão de todos nós!

A palavra “PASTORAL” deriva de PASTOR. Seu significado está estreitamente ligado à alegoria do “Bom Pastor”, uma vez que Jesus intitulou-se pastor das ovelhas. A pastoral, portanto, está diretamente ligada a ação do pastor no cuidado das ovelhas. No Quarto Evangelho ouvimos Jesus dizer: “Eu vim para que as ovelhas tenham vida e para que a tenham em abundância. Eu sou o Bom Pastor”. (Jo 10, 10-11).

Essa ação pastoral é assumida pela comunidade como um todo, onde todos são pastores uns dos outros. Trabalho pastoral, portanto, é toda a tarefa vocacional específica de serviço desenvolvida pela comunidade local, a fim de contribuir no processo de evangelização.  Nenhuma tarefa pastoral específica pode ser confundida com a totalidade da ação da Igreja, pois esta será sempre composta de um conjunto de pastorais sempre interligadas umas as outras. Assim teremos ações voltadas para dentro e para fora da comunidade já existente.

Sendo a Igreja como prolongamento de Cristo, no tempo e no espaço, pode-se dizer: PASTORAL é toda atividade da Igreja como Igreja. É a própria vida da Igreja quando age e se manifesta em cada situação do mundo atual, edificando-se a si mesma. Fazer pastoral é continuar a missão de Jesus. É serviço, é ação, trabalho desenvolvido a favor da vida. É ação organizada da Igreja para atender uma determinada situação, uma realidade específica.

A pastoral é o agir da Igreja no mundo! Assumir a ação dos pastores, tem como intenção coordenar, animar, defender e alimentar a evangelização. O pastor nunca age sozinho, mas em unidade com a Igreja de Cristo: “na unidade do Pai e do Filho e do Espírito Santo”.

A pastoral é essencialmente comunitária. É toda a Igreja, hierarquia e leigos, que é responsável pela pastoral. Cada um, porém, conforme seus dons e carismas, isto é, na medida em que participa de Cristo-Pastor. O objeto da PASTORAL é todo homem e mulher no seu todo (a), isto é, corpo, alma e espírito, que deve ser salvo. Quanto à mensagem a comunicar, refere-se ao Cristo vivo, real, concreto (não apenas uma noção abstrata), o Cristo que é, ao mesmo tempo, doutrina e vida da Igreja, o qual forma uma só unidade com a sua Igreja, o Cristo total, seu Corpo Místico. Portanto, não pode haver “dicotomia” entre doutrina e vida de Igreja.

FINALIDADES DA PASTORAL

Evangelizar, proclamando o Evangelho de Jesus Cristo, por meio do serviço, do diálogo, do anúncio e do testemunho de comunhão, à luz da evangélica opção pelos pobres, promovendo a dignidade da pessoa, renovando a comunidade, formando o povo de Deus e participando da construção de uma sociedade justa e solidária.

FUNÇÕES PASTORAIS

A Igreja realiza a sua ação através de três funções pastorais.

Função Profética: abrange as diversas formas do ministério da Palavra de Deus (evangelização, catequese e homilia), bem como a formação espiritual dos católicos;

Função Litúrgica: refere-se à celebração dos Sacramentos, sobretudo da Eucaristia, à oração e aos sacramentais;

Função Real: diz respeito à promoção e orientação das comunidades, à organização da caridade e à animação cristã das realidades terrestres. Neste último aspecto, a ação da Igreja engloba campos da sociedade como a saúde, a juventude, a solidariedade social e a educação.

Os agentes de pastoral são servidores de Cristo e trabalham para que o projeto de Deus seja conhecido e vivido.

A COORDENAÇÃO DE PASTORAL

A coordenação de pastoral é um serviço importantíssimo nas comunidades. A boa coordenação, aberta a Deus e às pessoas, faz a comunidade prosperar e o reino de Deus acontecer. É um serviço que deve proporcionar prazer e felicidade. A coordenação deve ser mais alegria que sofrimento, porque a palavra “Evangelho” em si é “Boa Nova”, e um coordenador estressado, desanimado ou acomodado, não consegue anunciá-lo bem à comunidade.

O COORDENADOR JESUS

Na Bíblia, podemos analisar Jesus coordenador:

João 13, 1-9 (O lava-pés): Jesus amou seus coordenados ensinando que a coordenação é um serviço à comunidade; o serviço deve ser a marca da comunidade e não a dominação e a servidão. Ensinou que todo trabalho é importante.

Marcos 4, 35-41 (A tempestade acalmada): Jesus vê que na outra margem há gente que precisa dele. No barco, acalma os discípulos para depois ensinar que se ele está presente ninguém perece. O coordenador acalma, transmite esperança e coragem; mantém o equilíbrio, sem apavorar-se diante das dificuldades.

O QUE FAZ UM COORDENADOR?

  • Ele inclui as pessoas. O coordenador cristão soma os dons que o grupo possui.
  • Ele anima e conduz o grupo, nas turbulências (acalmando) e na calmaria (provocando movimento).
  • Ele leva o grupo a atingir seu objetivo.
  • Ele se apresenta para ajudar a resolver os problemas, nunca para provocá-los.
  • Ele delega responsabilidades, tarefas e poderes de decisão.

REQUISITOS PARA COORDENAR BEM

  • Transitar pelo grupo todo – manter diálogo com todos.
  • Ter uma caminhada comum com o grupo – um bom tempo de participação, para saber o valor das conquistas e o sofrimento dos erros cometidos.
  • Conhecer bem o assunto que coordena e ter noções básicas de outros ligados ao que coordena.
  • Saber decidir: pessoas indecisas transmitem inseguranças. Após examinar bem a realidade, ouvir os envolvidos e buscar o auxílio necessário; cabe ao coordenador a decisão sobre a maioria dos assuntos. Os mais importantes, é claro, são decididos pelo grupo.
  • Ser equilibrado: não estar excessivamente animado ou desanimado; hoje querendo tudo e amanhã nada, controlando seus impulsos para manter-se na linha do objetivo traçado pelo grupo. A abertura para o diálogo com o mundo começa pelo diálogo interior.
  • Conhecer seus pontos fortes e fracos: ninguém é prefeito, mas o coordenador será chamado a falar em público, escrever, dialogar, negociar e organizar. Assim, ele deve desenvolver suas aptidões e buscar auxílio para suprir limitações.
  • Observar, ouvir e falar com seu grupo: cada pessoa é importante, cada fato deve ser trabalhado e estudado, como também a realidade (particular e coletiva) nunca deve ser esquecida.
  • Fazer partilha com outras pastorais: fomos acostumados a resolver apenas os problemas do nosso grupo imediato. O Coordenador precisa articular-se com outros coordenadores para resolver problemas comuns, sendo verdadeiramente “Igreja de Cristo”.
  • Fidelidade: afinal, o Reino que buscamos não é meu e nem seu, é de Deus!

COORDENAR EM EQUIPE

A melhor maneira de coordenar se realiza em comunidade, em equipe. Um coordenador que fica no cargo por anos seguidos tende a se desgastar por tanto trabalhar ou a acomodar-se.

O primeiro foge quando pode e o segundo tende a se perpetuar no poder. A solução é montar uma equipe partindo das necessidades do grupo, criando assessorias (e preparando novos líderes): secretário, assessor de comunicação, de liturgia, de formação de eventos, etc.

É preciso dividir tarefas, responsabilidades e autonomia, formando uma “família” que promova reuniões regulares e divida as alegrias e desafios.

Se o Reino dos Céus é semelhante a um grão de mostarda, pequenino, que se torna a maior das árvores, a coordenação deve ser simples, mas com solidez e competência, criando raízes em Jesus Cristo.

 

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