Neste dia 9 de junho, a Igreja celebra São José de Anchieta. A canonização é recente, de abril de 2014. Porém, para nós, brasileiros, José de Anchieta é nosso santo intercessor desde sempre.
Chamado de Apóstolo do Brasil, José de Anchieta chegou muito jovem à Terra de Santa Cruz. Saiu de Portugal em 1553, aos 19 anos. Tudo na vida de José de Anchieta foi precoce. Deixou a família para estudar Letras e Filosofia em Coimbra aos 14 anos, ingressou na Companhia de Jesus aos 17. É deste jovem a quem nos referimos.
Pensemos nos nossos jovens de hoje. Imagine alguém aos 19 anos atravessando o oceano para evangelizar em um continente ainda em descoberta. Os desafios, os medos, as incertezas que deviam habitar o coração deste missionário.
Foi neste coração que nasceu a missão de Anchieta. Como afirma o 29º Prepósito-Geral da Companhia de Jesus, Padre Adolfo Nicolás, José de Anchieta não foi movido por um espírito de aventura, mas sim por um espírito disponível para a missão, um espírito que buscou e encontrou a vontade de Deus para sua vida.
José de Anchieta empregou toda sua criatividade para evangelizar. Não tinha formação em Teologia, mas por meio da arte e da literatura levou a Boa Nova aos seus destinatários. Aprendeu o tupi para se comunicar com os índios. Escreveu belíssimos poemas e autos da vida de Cristo. As cartas do jovem descrevem com brilhantismo o Brasil da época. Suas produções constituem uma parte importante de nossa história enquanto nação.
O jesuíta Francisco Ivern, em 1997, escreveu um texto brilhante a respeito dos Direitos Humanos e José de Anchieta. Mais atual impossível! Neste texto, percebemos a importância da missão de José de Anchieta para os indígenas que habitavam o Brasil. Ele não foi apenas instrumento de evangelização, mas deixou-se conformar com estas pessoas. Não agiu para elas, mas com elas. É assim que deve ser um missionário.
Ele foi ao encontro das pessoas, fundou colégios, cidades, era um peregrino, assim como o fundador dos jesuítas, Santo Inácio de Loyola. A vocação de José de Anchieta foi amadurecendo à medida em que ele vivia experiências profundas, humanas e espirituais. Teve como Projeto de Vida o serviço, a vida missionária.
São José de Anchieta morreu aos 63 anos, mas sua vida, apesar de tão breve, foi um testemunho de doação.
Fonte: Franciscanos