Paz e Bem!
Após três dias de preparação, na noite desta quinta-feira, a Comunidade Santa Clara de Assis se reuniu para celebrar solenemente a sua padroeira. “Clara de nome, mais Clara de vida e claríssima nas suas virtudes”, esta é Clara, mãe e irmã, sopro do Espírito e luz para os que buscam as trilhas do sagrado e a plenitude do humano.
Juntamente com toda a família franciscana, os fiéis renderam graças a Trindade Santa pela sua caminhada de fé e pediram a sua renovação do espírito que herdaram de sua padroeira. A missa foi presidida pelo pároco da Paróquia Nossa Senhora do Rosário, frei Vanderlei Neves.
Nesta noite, pudemos perceber que a luz acesa em São Damião há oitocentos anos se espalhou por todos os recantos do mundo e está na Comunidade clareando sua missão.
Frei Vanderlei iniciou sua homilia dizendo que este é um dia movido pela fé, pela esperança e pela gratidão por estarmos reunidos em comunidade para celebrar Santa Clara. “Toda vez que celebramos um padroeiro temos que ter em mente que estamos celebrando algo precioso e sua maior preciosidade é o modelo de fé que eles deixaram para seguir o Senhor”, disse o frade.
Quando falamos em Clara, sempre devemos ter em mente Francisco de Assis. Com certeza ela se questionava assim como ele, como servir a Jesus. Sua entrega foi total, sua vida inteira foi para seguir e anunciar Jesus através de uma vida orante e de contemplação. Dita como mulher EUCARÍSTICA por reconhecer Jesus acima de tudo, principalmente na fragilidade da eucaristia. Também devemos perguntar: ‘Senhor que queres que eu faça?’. A partir desta pergunta nós vamos percebendo que Cristo ao longo da nossa vida vai falando conosco e mostrando qual caminho devemos percorrer.
No evangelho do dia, Deus nos questiona e nos provoca. Nos convida a permanecer unido ao tronco, a videira. Esse evangelho com certeza provocou Clara e Francisco. O tronco é Jesus e nós somos os ramos. Devemos estar durante toda nossa vida ligado a Ele, que representa o amor, a vida e acima de tudo a salvação .
Quando relativizamos a fé, acabamos nos tornando ramos secos. Relativização não é apenas o esquecimento da fé, mas colocá-la como algo secundário. Tudo vem antes da fé, menos no momento da dificuldade, quando clamamos insistentemente. Mas essa ligação deve ser permanente pois mesmo nos momentos de alegria precisamos dEle para que este momento tenha um sentido e perceber que isso é dádiva de Deus. Nos tornamos secos quando não temos capacidade de perdoar, de entender o coração da outra pessoa. Clara tinha a tremenda sutileza de reconhecer a necessidade do coração do outro e ser na vida dela um canal da graça de Deus. Todos batizados são convidados a ser esse canal.
Outro ensinamento deixado por Clara e destacado pelo pároco é o de sempre voltar ao primeiro amor. Assim, ele convidou aos casais que lá estavam, a tentar lembrar do momento onde eles se conheceram, um momento intenso. No início do namoro ficam contando as horas pro reencontro e quando estão juntos o tempo passa rápido.
O primeiro amor é aquele dia de conversão em que Cristo nos falou de modo mais intenso. Devemos nos lembrar dele principalmente nos dias em que parece que Deus não está presente e aí teremos a certeza de que Ele tem um projeto para nossa vida. Clara, ao voltar ao primeiro amor, sempre teve a percepção de que Deus está intrinsicamente ligado aos seus filhos. Jesus sempre deve ser o tronco e nós sempre devemos estar ligados a Ele.
Para finalizar, o frade reforçou que Clara de Assis conseguiu encontrar sua riqueza maior não nas coisas materiais que tanto encantam e enchem os olhos do ser humano. “A riqueza para ela era a pobreza. Isso nos deve inspirar a termos uma vida mais despojada. Nossa riqueza maior: a fé, a família e as pessoas que estão sempre conosco.”, concluiu.
“Santa Clara nos inspire a seguir os passos de Jesus Cristo para dizer como São Paulo que completei a corrida, guardei a fé e combati o combate. E complementando: não me arrependo de nada, faria tudo novamente.”
No momento do ofertório, uma jovem vestida de Santa Clara, acompanhada de crianças representando as irmãs clarissas, apresentaram ao Altar do Senhor os alimentos que foram doados como gesto concreto e que serão revertidos para as famílias assistidas pela comunidade.
Ao final da Missa, aconteceu o último sorteio, tendo como prêmio um oratório dedicado à padroeira. A coordenação da comunidade e também o frei, agradeceram a todos os envolvidos na realização da festa, reforçando como isso alegra o coração do Senhor. Os aniversariantes também foram homenageados e o pároco fez um momento de oração, onde cada fiel pôde entregar nas mãos de Santa Clara a graça que necessitam.
A noite terminou com festa recheada com quitutes deliciosos, o tradicional bolo de Santa Clara, brincadeiras para as crianças e sorteio de rifa.