No dia 09/02, aconteceu em São Paulo a Ordenação Presbiteral de Frei Leandro, onde ele também celebrou a sua primeira Missa como padre, no dia 10, ainda na cidade de São Paulo.
Embora a Paróquia Nossa Senhora do Rosário – Vila Velha/ES, estivesse muito bem representada em São Paulo, com cerca de 60 pessoas das nossas Comunidades que se deslocaram até São Paulo, a fim de prestigiar pessoa tão querida, foi realizada hoje, dia 17/02, a primeira Missa celebrada por Frei Leandro aqui em Vila Velha.
A igreja do Santuário estava repleta de pessoas de nossas Comunidades, que queriam vê-lo e mais uma vez abraçá-lo.
Após a comentarista acolher a todos presentes, iniciou a procissão de entrada com os Coroinhas e Acólitos, Ministros de Eucaristia, Diáconos Carlos e Campelo, Frei Djalmo, Frei Adriano, Frei Clarêncio, Frei Nazareno, Frei Claudius, Frei Matheus, Frei Paulo e o celebrante do dia Frei Leandro.
Frei Leandro agradeceu a Deus por hoje celebrar nessa Paróquia, onde serviu por dois anos como Frei e também como Diácono.
Após a leitura do Evangelho pelo Diácono Carlos, Frei Leandro prosseguiu com a homilia, que segue na íntegra:
“O evangelho da liturgia de hoje é o das bem-aventuranças de Lucas. Conhecido como as bem-aventuranças da planície: “Jesus desceu da montanha com os discípulos e parou num lugar plano” (Lc 6, 17ss). Diferentemente das bem-aventuranças de Mateus: “E Jesus, vendo a multidão, subiu ao monte…” (Mt 5, 1ss).
Independente da situação geográfica onde ocorreu essa fala de Jesus: se na montanha ou na planície… O que nos deve chamar atenção, nesse momento, é o desejo e convite de Jesus ao estado de felicidade definitivo e total, recomendado aos seus seguidores: “Bem aventurados os pobres… famintos… os que choram… os que são odiados por causa do nome dele…” (cf. Mt 6, v. 20, 21 e 22).
São quatro as condições de vida, ou situações reais da vida pelas quais Jesus concentra e endereça a felicidade. Abrir mão das supostas seguranças que o mundo pode nos oferecer… Enfrentar adversidades… Ser desafiado… Tudo isso assegurado numa única e verdadeira esperança: “Nossa esperança é o Cristo”, como nos diz Paulo na segunda leitura (cf. 1Cor 15, 12.16-20).
Todos nós queremos tomar um rumo que nos assegure, que nos garanta a felicidade. Essa é nossa vontade. Mas temos que ter noção do que, de quem, de onde associamos nossos dias para obtenção desta graça, a vida feliz.
Em Jeremias, já havia o convite a felicidade. Esses são felizes à medida que confiam no Senhor (cf. 17, 5. 7.).
Jeremias vai desenhar positivamente o “homem bendito” (feliz), como uma árvore plantada junto às águas. Uma árvore com raízes profundas. Os que confiam no Senhor, diz o autor sagrado, “vegetam junto às águas”. Esses são felizes. Ao proclamar as alegrias (Bem-aventuranças) dos que depositam em Deus sua esperança; Jesus ainda demonstra o lado negativo dos que se afastam do que Ele diz. Lucas recorda Jesus dizendo os quatro “ais”: “ai de vós ricos… ai de vós que vivem a fartura… ai de vós os que riem… ai de vós dos que se convencem dos elogios (cf. Lc 6, 24 – 26).
Os “quatro ais” de Jesus, podem ser entendidos em paralelo ao que é dito por Jeremias, quando ele diz: “maldito homem que confia em outro homem”.
A imagem do “maldito homem que confia no homem”, está associada aos “cardos” (flor) no deserto: aparentemente belos, mas de raiz curta. Verdejante, mas isolada no ermo. Que tem floração, mas vivi na superficialidade.
O que Jeremias recorda, e o que Jesus fala, tem como objetivo valorizar nossas vidas, mediante ao que é consistente e que nos vai garantir verdadeiro êxito.
O que Jesus nos diz constantemente, seja na passagem das bem-aventuranças, como em outras passagens, tem referência direta ao local onde nos encontramos. Jesus fala de coisas reais da vida quando se refere a riqueza, as nossas farturas, das coisas que não levamos a sério, somente no riso; da tentação de se aparecer e ser elogiado. Os “ais” de Jesus diz da nossa superficialidade, dos nossos isolamentos, prepotências, da nossa insistente autossuficiência…
Tomando emprestado a imagem de Jeremias e juntando-a a vida feliz, conforme as bem-aventuranças, pergunto: Vivo de qual forma, junto ao rio, como árvore de raiz profunda; ou vivo uma vida de cardos, de aparência e inconsistências?
Ambas poderão habitar o mesmo lugar, sofrerem a dureza do deserto. Contudo, somente a que possuem raízes profundas e são consistentes que sobreviverão. Ou seja, será homem feliz, mulher feliz, bem-aventurado, bem-aventurada, quem é profundo. Quem se confia totalmente ao Senhor.
Por fim, o Salmo 1, convida o homem a situar-se. Por onde estou andando? Que caminho estou tomando? Com quem estou andando? Com quem estou me associando? Com quem estou me sentando?
Fazer o “check-in” da vida no Senhor, tomando consciência do nosso andar… do caminhar… do sentar-me com…”. Feliz o homem a mulher que sabe onde está. Esse, é “semelhante a uma árvore plantada à beira da torrente” (Sl 1).
O “confiar no Senhor”, o depositar em Deus a esperança”, é o lugar certo onde podemos ter êxito. Jesus é o “onde” de nossos dias.”
“É feliz quem a Deus se confia”.
Frei Leandro finalizou pedindo ao Ministério de Música que cantasse mais uma vez o refrão do Salmo, onde diz “É feliz quem a Deus se confia!”, e reforça a todos nós para que confiemos plenamente no Senhor, pois Ele nos conhece.
Frei Djalmo, após alguns avisos da Paróquia, seguiu com uma bela homenagem ao Frei Leandro, e lembrou o belo momento que vivemos no final de semana de sua Ordenação, onde estávamos presentes em São Paulo. Seguiu desejando que “Frei Leandro tenha um Ministério muito frutífero”. E também “que ele possa espalhar o bem e o amor por onde passar”.
Entregando-lhe um buquê de flores, também desejou que “ele possa espalhar esse colorido por onde passar”, pelo que foi aplaudido calorosamente.
“Leve esse calor e esse colorido para o seu Ministério que se iniciou na última semana”.
Frei Djalmo finalizou apresentando a nova Fraternidade, que agora é composta por ele, Frei Clarêncio, Frei Nazareno, Frei Adriano, Frei Claudius e Frei Matheus.
Frei Leandro agradeceu a todos nós, onde carinhosamente disse que nossa Paróquia é “o primeiro amor” dele, porque aqui ele teve a oportunidade de exercer sua função como frei e diácono. Agradeceu pelos ensinamentos durante todo esse período, e quem sabe, com todas as voltas que a vida dá, ele possa um dia estar de volta, falou dirigindo-se à Frei Paulo Pereira, presente na celebração.
Reafirmou a sua localização atual, no centro de São Paulo e finalizou ressaltando o tema escolhido para sua Ordenação “Apascenta as minhas Ovelhas” Jo 21, 17. Pediu as nossas orações para sua Missão com as ovelhas de Deus.