A usura humilha e mata. A usura é um mal antigo e infelizmente ainda submerso que, como uma serpente, estrangula as vítimas. A usura é um pecado grave: mata a vida, espezinha a dignidade das pessoas, é veículo de corrupção e impede o bem comum. Com tantos pobres, tantas famílias endividadas, tantas vítimas de crimes graves e tantas pessoas corruptas, nenhum país pode programar uma retomada econômica séria. Vale a pena ressaltar que muitos bancos nasceram e se difundiram no mundo exatamente para libertar os pobres da usura, mediante empréstimos sem penhor e sem juros. Faço um apelo a favor de um renovado humanismo econômico, que ponha fim à economia da exclusão e da iniquidade, à economia que mata, a sistemas econômicos em que homens e mulheres já não constituem pessoas, mas são reduzidos a instrumentos de uma lógica do descarte, que gera profundos desequilíbrios.