É necessário recordar que o destino universal dos bens diz respeito também ao conhecimento e à tecnologia. O progresso científico e tecnológico serve para o bem da humanidade inteira e os seus benefícios não podem favorecer apenas poucas pessoas. Deste modo, evitar-se-á que o futuro acrescente novas desigualdades baseadas no conhecimento, aumentando assim a discrepância entre ricos e pobres. As grandes decisões sobre a orientação de pesquisa científica e sobre os investimentos nela devem ser tomadas pelo conjunto da sociedade e não ditadas apenas pelas regras do mercado ou do interesse de poucos. Permanece sempre válido o princípio segundo o qual nem tudo o que é tecnicamente possível ou realizável é por isso mesmo eticamente aceitável. A ciência, como qualquer outra atividade humana, sabe que tem limites a respeitar, para o bem da própria humanidade.