Inauguração da Exposição de Presépios no Santuário convida ao caminho da misericórdia

No último domingo (01), iniciamos o Tempo do Advento, um período especial de preparação para celebrar o mistério da Encarnação do Senhor. É tempo de vigiar, rezar e renovar a esperança, atentos aos sinais de Deus em
nossa vida. A liturgia deste primeiro domingo nos convida a erguer os corações e esperar com confiança pela plenitude da salvação, pois o Senhor vem ao nosso encontro.

A missa das 19 horas no Santuário do Divino Espírito Santo, contou com a inauguração do já tradicional presépio da comunidade. A celebração foi presidida pelo pároco frei Vanderlei Neves, e logo no início, um casal acendeu a primeira vela da Coroa do Advento, que neste ano traz a figura do Anjo Gabriel com um pergaminho em suas mãos com um trecho do primeiro capítulo do Evangelho de João: No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio junto de Deus. Tudo foi feito por ele, e sem ele nada foi feito. Nele havia a vida, e a vida era a luz dos homens.”

A montagem da decoração de Natal deste ano foi feita por uma grande equipe, assistida de perto por frei Clarêncio Neotti, que ficou responsável pela apresentação do projeto deste ano e assim o fez:

O Presépio de 2024, foi feito dentro da espiritualidade franciscana, para comemorar vários oitavos centenários, que envolvem a figura de São Francisco de Assis: 800 anos do presépio; 800 anos das Chagas de São Francisco; 800
anos da composição do Cântico do Sol, obra prima da literatura mundial; 800 anos da morte de São Francisco.

Para chegar à gruta de Belém, neste ano, você vai passar por cima de um Tau. O Tau tem a forma da nossa letra T. O Tau é a última letra do alfabeto hebraico, língua em que foi escrito o Antigo Testamento. Diz o profeta Ezequiel (9,4) que Deus, antes de castigar os maus, mandou assinalar a testa dos bons com a letra Tau. Por isso o Tau passou a ser símbolo da misericórdia divina e da proteção de Deus. São Francisco de Assis adotou o Tau como assinatura. Por isso os Franciscanos têm devoção ao Tau e muitos o levam ao pescoço, para se lembrarem da misericórdia de Deus e do dever de serem misericordiosos. Gravamos em cerâmica um Tau no caminho que leva à gruta. Este Tau nós copiamos de uma janela de um convento franciscano. Traz as duas iniciais SF (São Francisco) e as três
cruzes, que significam as três Ordens fundadas por São Francisco. Três ordens fundadas na misericórdia de Deus; três Ordens menores que têm proteção divina na sua missão de irem pelo mundo (por isso o Tau tem duas pernas), levando o Cristo-Misericórdia.

Para chegar à gruta, você passa por cima do Tau, ou seja, precisa se revestir da misericórdia. Sem passar pelo caminho da misericórdia, você não alcança o Menino de Belém, que é a encarnação da misericórdia divina. A gruta de Belém está diante da fachada da Capela da Porciúncula, uma pequena igreja restaurada por São Francisco, dedicada a Nossa Senhora dos Anjos. Lá São Francisco fundou as três Ordens. Lá São Francisco consagrou Santa Clara. Lá Francisco pediu ao Papa a graça da Indulgência do Grande Perdão, no dia 2 de agosto. Lá morreu São
Francisco. Hoje a Capela da Porciúncula está dentro de grande basílica. Continua sendo símbolo do nascimento, símbolo da misericórdia e reconciliação, símbolo do encontro entre o divino e o humano, como o é a gruta de Belém.

Revestido de misericórdia no momento em que você passa por cima do Tau, você alcança, diante da Capela da misericórdia, o Menino Deus, encarnação da misericórdia divina, entre duas criaturas, Maria e José, modelos perfeitos da misericórdia humana.

Rodeando a gruta de Belém, ocupando todo o presbitério, encontramos 60 presépios, em diferentes estilos artísticos, de muitos países dos cinco continentes, concretizando o verso do salmo 117: “Nações todas louvai o Senhor, povos do mundo inteiro glorificai-o!” Este mesmo verso você tem no marcador que você pode levar como lembrança, pegando-o das mãos de São Francisco. Você pode localizar a origem do presépio e observar alguns pormenores através do QRCODE, que acompanha a obra. E em breve, estes detalhes também estarão disponíveis em nosso site.

Antes da bênção do presépio e dos 60 presépios expostos e dos presépios que as crianças e famílias trouxeram de casa, foi tecida uma rede, que envolveu a todos. Jesus comparou o Reino de Deus na terra, ou seja, a comunidade cristã, (Mt 13,47) a uma rede. A Equipe que montou o presépio passou pela igreja com fios de lã colorida, pedindo a pessoas que segurem o fio. O conjunto dos fios formará a rede, que somos todos nós, nascidos na noite de Natal, formando uma só comunidade. Enquanto tecemos a rede em cinco cores que lembram os cinco continentes, o coral das crianças, com sua voz angelical, cantou: “Nada tenho, nada sou, porém, por teu amor, te peço me emprestes um fio dos teus dons, para ajudar o meu irmão a te encontrar. Serei assim um instrumento de tua paz.”

Quando o mundo estiver envolvido e encharcado de misericórdia natalina, o mundo florirá e frutificará paz, finalizou frei Clarêncio.

A exposição de presépios fica aberta para visitação no Santuário de Vila Velha todos os dias. Aproveite para conhecer, se encantar, e fazer também seu momento oracional! Enquanto não vem pessoalmente visitar, acesse o link para ver as fotos da inauguração.

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