Para finalizar, uma breve descrição da Igrejinha do Rosário da Prainha, cujos diminutivos, além de expressar as dimensões do templo e da enseada que lhe abriga, demonstram o carinho que se tem por essa preciosidade de nossa cultura e nossa trajetória histórica.
De toda sorte, se os diminutivos fazem jus ao tratamento carinhoso e ao tamanho da materialidade do templo e do seu lugar no sítio original da colonização capixaba, eles não coadunam com o porte simbólico ímpar de um monumento que, como nenhum outro, testemunha o passar dos séculos de nossa caminha pós-portugueses.
Mas essa contradição, antes de qualquer embaraço, redunda num charme especial desse templo singular no Brasil – o mais antigo construído no país ainda em operação. Dessa forma, encontram-se na Igreja de Nossa Senhora do Rosário a singeleza do espaço e do seu entorno combinada com a grandeza de seu valor histórico e artístico-cultural, conferindo uma distinção atraente e marcante.
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A partir da descrição dos restauradores Raquel Diniz Ferreira e Idésio José Fim Francischetto, tem-se que a igreja possui nave única retangular com três portas, sendo a principal na parede frontal e as outras duas nas laterais. As janelas são seis, localizadas na parte superior das paredes laterais, sendo três de cada lado.
Acima da nave, encontra-se o coro com três janelas na parede frontal e uma janela de cada lado das paredes laterais. O acesso ao coro é feito por uma escada em madeira pelo lado direito da nave.
Separando a nave da capela-mor, encontra-se o arco cruzeiro, encimado por elementos decorativos (baixo relevo) em argamassa. A capela-mor, também em formato retangular é mais baixa e mais estreita que a nave. Possui, na parte superior das paredes, três janelas de cada lado e entre elas dois óculos decorados com adornos (baixo relevo) em argamassa.
No piso, registra-se uma diferença de nível entre a nave e a capela-mor (um degrau), como também na própria capela-mor em relação ao altar (três de graus). Atrás do altar-mor, encontra-se a sacristia, com uma porta para área externa da igreja.
O templo não possui torres, embora existam de cada lado da fachada, no chão, as bases quadradas desse elemento construtivo que nunca foi erguido.
Quanto aos elementos móveis do templo, os restauradores listam: um altar-mor, dois altares colaterais e um altar lateral do lado direito. Uma pintura mural artística de pequenas proporções, representando um tema religioso, pintada na parede lateral esquerda da capela-mor, várias imagens em madeira e gesso, e também uma via-sacra em madeira.
De acordo com o pároco, frei Djalmo Fuck, “a Igrejinha do Rosário é a atual igreja matriz da Paróquia Nossa Senhora do Rosário, composta por outras comunidades eclesiais, como o Santuário, por exemplo. Somos dez comunidades ao todo, na atual composição”.
Frei Djalmo ressalta que o templo sediou “a primeira paróquia de Vila Velha, mãe de todas das outras. Somos de 17 paróquias em Vila Velha atualmente e todas nasceram da Paróquia do Rosário. Cada paróquia é composta por um conjunto de comunidades eclesiais”.
O pároco destaca que o então prefeito Rodney Miranda sancionou em setembro de 2015 projeto de lei de autoria do vereador Joel Rangel que declara Nossa Senhora do Rosário como padroeira do município de Vila Velha, cujo dia de celebração pela Igreja Católica é 7 de outubro.
Além de ser tombada pelo IPHAN, como destacado, frei Djalmo lembra que a Igrejinha da Prainha é “o primeiro patrimônio tombado pelo município de Vila VeIha”. O tombamento se deu por meio do decreto número 173, de 7 de outubro de 2015.