A restauração

Colocar em bom estado, repor em vigor, restituir o esplendor, reparar, consertar. Em linhas gerais, os dicionários classificam assim o ato de restaurar algo. E, como se verá neste capítulo, um trabalho que congrega todos esses sentidos dessa ação foi o que se registrou nas obras de recuperação e revitalização da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, na Prainha, em Vila Velha.

Para a superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) no Espírito Santo, Elisa Machado Taveira, “a Igreja de Nossa Senhora do Rosário é reconhecida como um símbolo da colonização do solo espírito-santense. Contudo, ao longo do tempo sofreu diversas intervenções, sem ter o devido registro e justificativa de todas as ações ocorridas. A restauração realizada em 2016, sem dúvida, é uma importante ação de valorização da nossa cultura e história, e um exemplo de ações em cooperação entre os diversos entes envolvidos, visando à valorização do Patrimônio Cultural do Espírito Santo”.

Sobre o resultado do trabalho, Elisa Taveira afirma que, “após essa restauração, além de termos este bem histórico conservado e com a adequação de acessibilidade, temos resgatadas as pinturas parietais do início de século XX, que marcam o estilo artístico de uma época”.

O PROCESSO DE REVITALIZAÇÃO

Os serviços de restauração e revitalização da Igreja do Rosário da Prainha foram feitos, entre os dias 21 de dezembro de 2015 e 31 de dezembro de 2016, pelo Instituto Modus Vivendi, encomendado pela Secretaria de Estado da Cultura, em parceria com o Instituto Sincades e a Vale, sob acompanhamento e fiscalização do IPHAN.

Sobre a condução dos serviços realizados, a superintendente do IPHAN, Elisa Taveira, afirma que, “foram doze meses de trabalho no qual o instituto acompanhou tecnicamente todas as etapas da restauração. E podemos dizer que foi um período de muitas descobertas sobre o bem, pois a cada etapa das prospecções fomos nos deparando com novas informações que foram completando o histórico desses 481 anos, e nos dando subsídios para o trabalho que foi apresentado”.

A participação da comunidade também foi destacada pela superintendente do IPHAN: “O zelo e carinho que a comunidade possui por este bem também foi fundamental para o resultado da restauração. Afinal, é a comunidade, com seu sentimento de pertencimento, quem deve ser a primeira a reconhecer o valor e importância desse lugar, nos auxiliando na busca de ações para o grande desafio de preservar a nossa história e memória. Com esse sentimento, durante a restauração contamos com apoio dessa atuante comunidade da Igreja do Rosário, que se envolveu no processo de restauração, trazendo fotos antigas de celebrações religiosas ali acontecidas e contando suas lembranças, aumentando assim os subsídios para a intervenção realizada”.

A integração com a comunidade também foi destacada pela diretora-presidente do Instituto Modus Vivendi, Erika Kunkel Varejão: “A comunidade sempre foi muito colaborativa. E fizemos questão de contar com essa importantíssima e mais que justa participação dos moradores e fica durante todo o processo de restauração e revitalização da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, na Prainha, em Vila Velha. O resultado é que, com esse trabalho, além de um templo restaurado e revitaliza do, os vínculos afetivos e simbólicos da comunidade com a secular igreja acabaram também por serem reforçados”.

Erika Kunkel também salienta que esse processo de integração com a comunidade redundou numa verdadeira “educação patrimonial”, pois acreditamos para que, identificar e valorizar, é preciso preservar e para preservar é preciso conhecer. Esse processo permite que a sociedade faça a leitura do mundo que a rodeia, sendo levada ao conhecimento da trajetória histórica em que está inserida e podendo, as- sim, transmiti-lo às futuras gerações”.

Enfim, o templo foi totalmente recuperado, como se verá a seguir, mas, nesse processo, duas questões merecem destaque: a definição para o padrão artístico-ornamental que a igrejinha passou a ter com a restauração e descobertas acerca dos anexos que a capela-mor teve por décadas e que sempre causaram “intriga” entre os pesquisadores.

 

 

 

 

 

 

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