Frei Clarêncio preside missa de abertura da Festa da Padroeira: “Maria, mestra da simplicidade e do acolhimento”

Paz e Bem!

Com muita alegria, iniciamos o Tríduo em preparação à Festa de Nossa Senhora do Rosário, Padroeira da nossa Paróquia e de todo o município de Vila Velha, que este ano traz como tema central: “Nossa Senhora nos chama a ouvir Seu Filho Jesus. “Fazei tudo o que Ele vos disser.” Queremos neste Tríduo dedicar a Virgem Maria nossos louvores e súplicas.

Neste primeiro dia do tríduo, celebramos Maria, mestra da simplicidade do acolhimento. Ela, em sua humildade, soube ouvir e acolher a palavra de Deus com o coração aberto e obediente, tornando-se um exemplo para todos nós. No silêncio de Nazaré, Maria aceitou sua missão com simplicidade, mostrando-nos que o verdadeiro acolhimento vem da confiança em Deus e na aceitação do Seu plano, mesmo diante das incertezas. Que assim como Maria, possamos aprender a acolher com simplicidade aqueles que cruzam nosso caminho, sendo sinal de esperança e amor, especialmente os mais necessitados.

No início da celebração, frei Clarêncio destacou que os fiéis estavam bem acompanhados para iniciar a Festa em honra a Nossa Senhora do Rosário, por ser o dia dos Anjos da Guarda e já que foi um Anjo que anunciou à Maria que ela seria a mãe do filho de Deus.

Em seguida, a imagem que peregrinou pelas outras nove comunidades da Paróquia, foi trazida por homens, de volta à sua casa enquanto os presentes cantavam o Hino em honra à Senhora do Rosário, “És Senhora do Rosário, nossa luz, nossa paz e candor confiantes te pedimos: Conduzi-nos ao Pai de amor”.

O frade iniciou sua homilia mostrando que o evangelho do dia fala do acolhimento de uma criança e de sua simplicidade, e que por isso foi escolhido o tema “Maria, mestra da simplicidade e do acolhimento” para este dia.

“Só de um coração simples consegue-se um coração acolhedor, um coração orgulhoso não sabe acolher. Precisamos de um coração simples para sermos acolhedores, portanto um coração sem orgulho, um coração sem ganância, um coração simples e sem ideologias que o prejudicam. Nós precisamos da ideologia, mas não aquelas que me defrontam com os que pensam diferente de mim. Um coração cheio de ideologias não tem lugar para o acolhimento fraterno. Precisamos de um coração vazio de pretensões egoístas para encher o coração do espírito do acolhimento”, disse ele.

E continuou, “Maria é modelo quando ela diz que Deus olhou para a humildade, simplicidade e pequenez de sua serva. Porque ela tinha um coração simples, ela pôde receber a plenitude de todas as graças, a graça que se chama Jesus de Nazaré, seu filho. Exatamente por sua simplicidade soube acolher o mistério da encarnação.”

Imagino que para uma menina de no máximo 14 anos aceitar e acolher um mistério inédito e que jamais passava pela mente humana, que uma mulher de carne e osso podia ser a mãe de Deus. Sua simplicidade fez com que ela aceitasse o mistério, mas não significa que entendeu. Provavelmente sofreu a vida inteira por não entender os passos de seu filho. É diferente aceitar e entender o mistério. No instante que minha cabeça entende o mistério, ele deixa de o ser para ser ciência.

Maria aceitou o mistério da encarnação, fundamental para todos os outros e ao mesmo tempo aceitou o mistério da sua escolha para mãe de Deus. Ela, filha de Ana e Joaquim, e interessada em José, com planos de família, aceita o mistério de sua escolha para mãe de Deus sem saber qual era o caminho que Ele iria seguir. Mistério que provavelmente jamais entendeu antes de chegar na eternidade.

Quantas vezes na nossa vida estamos diante de situações que não entendemos e somos tão duros de coração para aceitar os caminhos de Deus? Chegamos ao ponto de gritar contra Deus pois os meus caminhos não coincidem com os dEle. Olha o grande mistério de Maria: ela não entendeu nada e no entanto disse ‘Eis aqui a serva do senhor’.

Acolheu outro grande mistério, o mistério da missão de Jesus. Durante 30 anos observava o filho que devia ser Rei e nada disso aconteceu. Jesus teve que decorar os salmos, teve que rezar, ir à escola, teve que aprender o ofício de carpinteiro, como qualquer outro homem deveria. Onde estava o mistério da missão de Jesus de ser filho do Altíssimo? E mesmo depois dos 30, quando a partir das Bodas de Caná começou-se a mostrar em público o seu caminho de salvador e redentor, não era menor o mistério de sua missão.

E concluiu dizendo que Maria é sim um modelo de acolhimento e de simplicidade. Se ainda não bastasse a aceitação desses mistérios, ainda aceita a missão de ser a mãe do Novo Testamento, da Nova Aliança, do novo povo de Deus, a mãe da igreja. É um mistério como ela pode ser mãe de todos nós. Ela aceita o mistério de ser nossa mãe e nos acompanha em todos os momentos. Ela é modelo de simplicidade e esvaziamento do coração para que Deus posso enchê-lo com sua graça e divindade.

Após a Comunhão, o momento devocional do dia foi realizado por uma jovem que entrou pelo corredor central da igreja e dirigiu-se até o altar onde estava a imagem trazida no início da Missa enquanto cantava em forma de homenagem a música Regaço Acolhedor, da Ir. Kelly Patrícia.

Terminado o primeiro dia do tríduo, todos puderam se deliciar na cantina preparada pelos membros da Igrejinha Matriz. E hoje (03), às 19 horas estaremos novamente juntos para o segundo dia do Tríduo.

Veja as fotos.

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