Toda vez que participamos da Santa Missa, depois da oração oficial da Comunidade cristã, o Pai-Nosso, dizemos: “Vivendo de esperança, aguardamos a vinda gloriosa do Cristo Salvador”. Para essa vinda gloriosa orienta-se toda a fé cristã. Esse é o tema fundamental do Evangelho que lemos nesse final do ano litúrgico, que se encerra domingo próximo, com a festa de Cristo Rei. A vinda de Jesus no fim dos tempos é a coroação de todas as esperanças. Bem ao estilo hebraico, a certeza do encontro com Cristo é expressa por comparação: “passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão” (v. 31). Não significa que acabará o céu e a terra, mas significa que podemos ter certeza absoluta na palavra salvadora de Jesus. O fim do mundo acontece para cada um na hora da morte. Para quem morre, o sol escurece, apagam-se as luzes românticas da lua e das estrelas, e tudo o que significava poder nesse mundo, tanto na realidade quanto na fantasia, perde seu valor. A criatura, no fim de seu tempo, na morte, encontra-se diante do nada. Mas a criatura, que creu no Senhor Jesus, ao mesmo tempo em que deixa o nada, vê o Cristo abrir a porta da eternidade, vir-lhe ao encontro na plenitude da divindade e da misericórdia.
Frei Clarêncio Neotti, OFM