32º Domingo do Tempo Comum: “Viúva pobre: espelho de Jesus”

A lição de hoje vem através do contraste, bastante comum no estilo de Marcos. Temos dois comportamentos: o dos escribas e o da viúva anônima. Os escribas são atacados por sua preocupação com o exteriorismo social e religioso e também por sua cobiça disfarçada em serviços aos necessitados. Viviam uma religião exibicionista e exploravam os pobres que precisavam de ajuda legal. Às exterioridades e à cobiça dos escribas, Jesus contrapõe a generosidade e o desapego de uma viúva pobre, humilde, anônima. Aprendemos hoje que crer em Deus é uma atitude interna do coração e não a multiplicação de gestos exteriores que mais satisfazem a vaidade que a humildade e a adoração. E amar implica respeito ao que o próximo tem e é. A lição se acentua e se completa com o exemplo da viúva, que dá tudo o que tem; o que significa dar a própria vida, sem nada reter para si e sem nada pedir. Crer e amar implicam esse desapego e doação. Crer e amar significam nada reter, nada exigir. A viúva é posta diante de nós hoje como se fosse um espelho de Jesus, que deu generosamente tudo ao Pai, nada reteve para si, não se apegando nem à sua divindade nem à sua humanidade.

Frei Clarêncio Neotti, OFM

 

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