2º Domingo do Tempo Comum: “A fusão entre o divino e o humano”

Depois de havermos celebrado o Batismo no domingo passado, Jesus de Nazaré começa a sua vida pública. O Evangelista João o faz começar com uma alegre festa de núpcias. Além do fato histórico, há um grande símbolo. Para João, as bodas de Caná simbolizam as núpcias que o Verbo de Deus contraiu com a natureza humana, para nos associar a ele O vinho era considerado uma bebida de imortalidade, a bebida do amor divino, a expressão da força de Deus que penetra e inebria o coração das criaturas. O vinho lembrava de perto a divindade. A água, por sua vez, era considerada a matéria prima da vida. Até hoje, aliás. Sempre foi considerada a primeira entre todas as necessidades essenciais das criaturas. A água, então, se tornara símbolo da vida. Temos, portanto, dois símbolos: um, da vida divina que se derrama sobre a humanidade; outro, da vida humana à espera da vida divina. A missão de Jesus é fazer da água vinho, ou seja, divinizar a humanidade, fazer com que a criatura humana, apesar de sua fragilidade, participe da natureza divina (2Pd 1,4). O gesto de Jesus de transformar hoje a água em vinho é um retrato de toda a sua missão. E ele a cumpriu de maneira perfeita.

Frei Clarêncio Neotti, OFM

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