A vinda salvadora de Jesus é comparada no Evangelho de hoje ao grande retorno do povo, vindo do exílio da Babilônia. Uma volta prenhe de esperança, com marcas de glória e de festa. As palavras pronunciadas, ou postas na boca de João Batista, são de Isaías (Is 40,2-5). Com elas o profeta anunciava a seus conacionais o fim da escravidão babilônica e o retorno à pátria. Um anúncio, que bem pode chamar-se de evangelho, isto é, uma boa notícia. A estrada a preparar já não é mais a que atravessava o deserto de Babilônia a Jerusalém, mas outra: a que vai da mente ao coração. Se difícil era atravessar a primeira, não menos difícil é caminhar a segunda, cheia de insídias e obstáculos, que são os conhecidos ídolos que impedem a aproximação entre Deus e a criatura humana. Esses ídolos se chamam pecado, e podem ser representados pela inveja, pelo orgulho ou pela vaidade, pela cobiça ou pelo roubo, pela luxúria ou pela impiedade, ou por tantos outros pecados conhecidos de todos. Esses ídolos impedem de ‘ver’ a salvação vinda de Deus. João Batista se diz aquele que vai à frente, conclamando a todos a preparar a estrada para a passagem de Deus e a unir-se a ele no cortejo. O Messias vai passar.
Frei Clarêncio Neotti, OFM