A Igreja, peregrina no mundo, reveste-se de espera-esperança, aguardando o Messias que vem no Natal e o Messias que virá glorioso no fim de nossa história. É o mesmo Messias. Esse tempo de Advento (a palavra vem do verbo vir e quem vem é o Messias) é uma catequese de esperança. Estamos acostumados a viver o imediato, o momento presente. Muitas vezes nos faltam o sentido e a virtude da espera. Quem não espera envelhece rápido. A criatura humana só envelhece realmente à medida que perde as razões da esperança. Nossa espera pode ter muitos coloridos, sentimentos e emoções. Mas é ela que nos mantém vivos, em todos os sentidos. Podemos dizer que “onde há vida, há esperança”. E podemos inverter a frase e dizer que “onde há esperança, há vida”. Estamos esperando aquele que disse: “Eu sou a vida” (Jo 14,6). Aquele que declarou: “Vim para que todos tenham a vida e a tenham em plenitude” (Jo 10,10). Esperança e vida então se exigem e se entrecruzam. Na primeira vinda, o Messias nos redimiu e trouxe todas as possibilidades de viver. Na segunda vinda, que acontecerá exatamente na morte, ele transformará a morte em vida gloriosa, o fim em começo. Vivemos a presente vida na espera da eterna.
Frei Clarêncio Neotti, OFM