18º Domingo do Tempo Comum: “Alimento de vida eterna”

Hoje e nos próximos três domingos lemos o chamado “Discurso Messiânico”, também chamado “Discurso Eucarístic” ou “Discurso do Pão”. Chama-se “messiânico”, porque nele Jesus se autor revela como enviado do Pai (vv. 29.57), para salvar a humanidade (v. 39) e introduzi-la na comunhão com Deus (v. 40). Chama-se “eucarístico”, porque Jesus se apresenta como bebida e comida de salvação (v. 35).

João não conta a instituição da Eucaristia na Última Ceia. Mas escreve um dos mais longos capítulos sobre o “pão que desce do céu para dar vida ao mundo” (v. 33), identificando-o claramente com o corpo e o sangue de Jesus (vv. 50-51; 54). Sempre que faltam palavras, a linguagem teológica recorre a símbolos. Esse capítulo está cheio de símbolos.

O símbolo vai além do que podemos perceber pelos sentidos. Se vejo desenhada uma pomba, meus olhos vão dizer que é uma pomba. Se vou além do que meus olhos veem, posso ‘ver’ nessa pomba a manifestação do Espírito Santo, ou a expressão da paz. Quando Jesus multiplicou o pão, o povo viu pão, comeu pão (v. 26). Jesus queria que eles fossem além do gosto (v. 27) e vissem naquele pão multiplicado e comido um sinal (v. 26) “do alimento que permanece até à vida eterna” (v. 27).

Por Frei Clarêncio Neotti, OFM

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