13/06: Santo Antônio

No dia 13 de junho celebramos Santo Antônio, um dos grandes santos franciscanos. Natural de Lisboa (Portugal), onde nasceu a 15 de agosto de 1195, ele ficou conhecido também como Santo Antônio de Pádua, porque faleceu na cidade italiana no dia 13 de junho de 1231.

Em mais de oito séculos, Santo Antônio ganhou milhares de devotos no mundo inteiro, especialmente no Brasil, Portugal e Itália.  Em 1220, o jovem Fernando da Ordem dos Cônegos Regulares decidiu dar uma guinada na sua vida: deixou a Ordem dos Agostinianos para seguir os passos de outro jovem que se chamava Francisco e era de Assis, na Itália.

Em 1219, São Francisco de Assis enviou em missão para Marrocos cinco frades: Berardo, Otão, Pedro, Acúrsio e Adjuto. Em terras africanas, dedicaram-se à pregação, tendo sido perseguidos e martirizados. Ao chegar no Mosteiro de Santa Cruz, em Coimbra, no ano de 1220, as relíquias dos mártires, o jovem cônego se viu extremamente impactado pelo testemunho de coragem dos religiosos franciscanos. Foi assim que o então Fernando, cativado pela perseverança dos mártires, decidiu juntar-se ao jovem de Assis.

Em 1220, o ano de sua ordenação sacerdotal, ingressou na Ordem dos Frades Menores, quando recebeu o hábito franciscano, no Convento de Olivas, em Coimbra, com o nome de Frei Antônio. Iniciou uma missão para o Marrocos, mas após um ano de catequese nesse país, teve de deixá-lo devido a uma enfermidade e seguiu para a Itália.

Neste Especial de Santo Antônio, mostramos um pouco de sua vida por ordem cronológica e registramos algumas frases e ditos do Santo. Publicamos a carta de Pio XII que o tornou Doutor da Igreja e a Carta de João Paulo II por ocasião das festividades do oitavo centenário do nascimento deste franciscano.

Devoção das terças-feiras

Santo Antônio foi sepultado no dia 17 de junho, terça-feira. Teve então início o costume de lembrá-lo nesse dia. Com o decorrer do tempo o costume passou para o esquecimento.

Reapareceu no século XVII, como explicam os Bollandistas num caso de 1616. Um casal de Bolonha não conseguira ter filhos durante vinte e dois anos, por mais que o desejassem. Foi aí que entrou Santo Antônio. Os esposos apelaram para sua intercessão.

O santo apareceu à esposa, mandando-a visitar por nove dias sua imagem na igreja de São Francisco na dita cidade. Ela conseguiu engravidar, mas deu à luz uma criança deformada. Cheia de confiança levou o filhinho à igreja e o colocou sobre o altar de Santo António.

Tocada apenas a pedra do altar, desapareceu a deformidade. Após isso, espalhou-se a notícia e a devoção das nove terças-feiras, acrescida com o tempo de mais quatro dias, formando o número treze, em lembrança do dia da morte do santo.

Há ainda muitas igrejas, nas quais, às terças-feiras, o movimento de fiéis é considerável. Horários especiais de celebrações eucarísticas, muita gente na fila do confessionário e, ao fim da missa, a bênção de Santo António, com aspersão dos fiéis. Algumas também distribuem pãezinhos de Santo Antônio.

Um exemplo muçulmano – Conta o Ministro Geral dos Frades Menores Conventuais que, em suas passagens por Istambul, impressionou-o o que ocorre às terças-feiras na igreja conventual de Sent Antun. “Nesse dia, todas as semanas e já desde o começo deste século, a bonita e ampla igreja fica sobretudo à disposição dos turcos, e estes, desde a manhã até à noite, sem pausa nem mesmo na hora do almoço, passam em ordem e com devoção diante do altar do Santo e exprimem, cada um segundo a própria sensibilidade religiosa, os próprios pedidos. Fazem-no sem contar as horas, com profunda compreensão, em silêncio e com respeito, com muita compostura e sinceridade. Depois de percorrerem o templo, pausadamente, e muitos tendo até assistido à missa, celebrada em turco, antes de saírem exprimem, em um livro volumoso, os próprios sentimentos, na multiplicidade das línguas médio-orientais…”

Do livro “Santo Antônio Popular”, de Frei Ildefonso Silveira

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